À Academia de Coimbra em geral, à FEUC e ao seu corpo discente em particular:
Há muitos, muitos anos, mais concretamente 19 ou 20, um conjunto de estudantes desta Faculdade fundou uma instituição chamada "Tesoural Tertúlia Irmandade das Sombras".
Essa Tesoural Tertúlia dedicava-se a actividades relacionadas com a preservação e prática das Tradições Académicas de Coimbra na Academia e particularmente na FEUC.
Fazia parte dos Estatutos que à medida que os seus membros se iam licenciando, deixavam de ser membros da mesma, ficando os estudantes com o testemunho para passar aos estudantes vindouros.
Por razões que agora não são para aqui chamadas, tal renovação da Irmandade das Sombras deixou de ocorrer, o que fez com que os últimos membros da Tertúlia a licenciarem-se tivessem decidido, antes de terminarem o curso, alterar os Estatutos de modo a permitir readmitir como membros os antigos estudantes cujo contributo para a Tertúlia tinha sido mais marcante. E foi assim que a Irmandade das Sombras se salvou da extinção formal nos idos do ano de 2004 ficando no entanto sem qualquer membro estudante.
Antes de prosseguir manda a verdade referir que a Tertúlia, apesar de em termos nucleares ter chegado a ficar reduzida a apenas dois elementos, viu uma das suas secções autonomizar-se e prosperar: foi a sua secção de música e serenatas que tinha sido baptizada como "Coral Quecofónico do Cifrão" e que se veio a tornar na que hoje é a Tuna da Faculdade de Economia de Coimbra. Por si só, a sobrevivência e progressão do Coral do Cifrão teria sido suficiente para manter a Tertúlia memorável para sempre. No entanto nós queríamos mais e por isso se tomou a decisão supra referida.
Voltando à questão central, diga-se que desde a salvação formal de 2004, embora viva a Tertúlia esteve algo adormecida até muito recentemente. Nesse período limitou-se a existir no ciberespaço criando listas de difusão que permitiram aos seus membros manterem-se em contacto apesar de estarem distantes fisicamente e ocupadas com os seus respectivos trabalhos e famílias e criando um blogue onde cristalizou e continua a cristalizar memórias das décadas de 1990 e 2000 (até 2004). Deu também sinais de si quando interveio, também no ciberespaço, pelo menos numa discussão sobre Praxe, curiosamente em oposição a um docente da FEUC.
Foi já em 2011, mais concretamente no dia 26 de Março de 2011, que se criaram condições logísticas para que um novo passo fosse dado: o Conselho de Águias, o órgão de cúpula desta Tesoural Tertúlia reuniu-se e tomou a decisão de continuar a reunir-se periodicamente.
Devido à intensidade das comemorações deste reencontro, ainda não foi possível decidir qual o rumo que a Tertúlia irá ter neste seu ressurgimento no século XXI. Mas tal não impede que aqui estejamos a comunicar a toda a FEUC, em particular, e à Academia em geral este momento histórico e de júbilo para nós e que esperamos possa ser partilhado por todos.
Não poderíamos terminar sem duas palavrinhas dirigidas àqueles elementos do corpo docente do nosso tempo que ainda se mantêm ao serviço:
1.ª - Aos (bastantes) que nos dedicaram particular desprezo - pensamos que sem razão porque nunca fomos os extremistas ou reaccionários que quiseram fazer de nós - anunciando-lhes que o desgosto que este resurgimento lhes causará, será motivo de reforço da nossa alegria;
2.ª - Aos que, por outro lado, sempre viram com o seu olhar complacente as atitudes de jovens que desejavam marcar pela positiva a sua participação na Academia tendo em consideração, na avaliação de algum excesso próprio da idade, as intenções sinceras e de boa-fé que nos guiavam - saudando-os de forma particular e calorosa.
1 comentário:
Muito bem!
Um abraço
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