11 abril 2012

Em defesa da PRAXE - texto 1

"Estou a ler esta interessante amálgama de opiniões. Permitam-me a intromissão e um pequeno comentário.

Houve um abuso! Este, entre outras coisas, foi um acto cobarde, praticado por um energúmeno, do sexo masculino, sobre uma pessoa do sexo oposto. Aparentemente o coiso (tenho dificuldade em encontrar nome para lhe chamar) não gostou que duas caloiras, devidamente informadas, se manifestassem contra uma parvalheira que andava a fazer. Em resposta atacou fisicamente as mesmas.

Ora na praxe coimbrã (como aqui vi escrito) homem não praxa mulher e ninguém pode ser obrigado a aderir à praxe. Assim, podemos dizer que estamos diante de três enormes falhas cometidas pelo quadrúpede mental: 1 -praticou um crime de ofensa à integridade física, devidamente previsto no código penal; 2 - praticou vários atropelos à praxe, nomeadamente a tentativa da sua prática sobre o sexo oposto e a aplicação de violência física; 3 -desrespeitou todo e qualquer princípio de boa educação e civismo (porque esta não tem que estar legislada ou escrita, é de bom senso, é o que realmente permite evitar que nos matemos uns aos outros gratuitamente).

Quando este ET humano invocou a praxe para justificar osseus actos de estupidez não foi diferente de outros que tais que usaram (e usam) Marx e Engels para criar os famosos goulag, ou outros que justificam o assassínio de mulheres à pedrada com o Alcorão, ou outros que justificaram a inquisição com a doutrina da Bíblia Sagrada (já não falo das justificações do dito mundo capitalista, por esses não disfarçam, é mesmo pelo dinheiro).

Pelo meu modo de ver foi praticado um crime que deve ser severamente punido pela lei (a mesma dos policias maus que batem em inocentinhos). Foi praticada uma infracção à praxe que deve ser punida com a exclusão definitiva da praxe, com um reconhecimento nos anais da praxe como res nullius, coisa nenhuma (se queria dar nas vistas, que o seja), mas que nunca deverá ser punida com a suspensão da praxe, premiando a mediocridade dos infractores.

No decorrer do debate a que aqui assisto verifiquei o civismo do autor e da generalidade dos comentadores, vejo, no entanto, com preocupação o fogo empalador das palavras de um Flávio, que apela à revolta contra os que pensam de forma diferente, que apela às dignas repúblicas a saída às ruas (será uma reencarnação de um baixinho de bigode que gostava de viver rodeado de loiros, altos, entroncados e de olhos azuis? ou então de um grande inquisidor do santo ofício?). Muito estranho de quem muito provavelmente defende as cores da bandeira do arco-íris. Meu caro senhor, o mundo é mesmo a cores e por isso é que é bonito (até aqui quero marcar a diferença, contra o que acabo de escrever, eu fico-me por um mundo a preto e branco, mas apenas pelo meu amor à Briosa, lol), era o que faltava proibir a diferença, lembro este cliché, “é proibido proibir”.

Por fim apelo ao MCV que puna devidamente o prevaricador, que não se escude sobre a necessidade de provas judiciais (porque, acreditem, elas virão muito, muito, lentamente) e que reponha a praxe no seu devido lugar. Os veteranos que se reúnam e devolvam o seu a seu dono (mobilizem-se).

Ainda voltando à inquisição, ao senhor baixinho e de bigode e outros que tais, lembro como todos eles transformavam detalhes e erros de terceiros em grandes justificações para promover a sua “democracia” e a sua “verdade” e com isso erradicar aquilo que os incomodava, muitas vezes apenas, porque os chateavam, porque não se calavam, porque eram diferentes. A verdade é que, no fim, os atacados estavam mais fortes. Acreditem, no fim a PRAXE estará mais forte. Quem a respeita continuará a segui-la, quem não a quer ficará de fora por direito próprio, quer a quer usar (tal como o energúmeno violentador de mulheres) para justificar as suas frustrações perceberá que isso terá consequências graves, na lei e na PRAXE.

Enfim, isto tinha-se resolvido se na altura certa o papá ou a mamã tivessem dito não ao menino (mas isto é outra estória …)"


publicado no fórum em 06/04/2012


Comentário na discussão

Sem comentários: