Tesoural Tertúlia Irmandade das Sombras
Tertúlia de Praxe Coimbrã Fundada em 1991 "Aquilae muscas non edunt (nin gordus nauseabunt)"
18 agosto 2014
Entrevista do Coral ao PortugalTunas
31 julho 2013
O Taxeira e o Tatonas
04 julho 2013
A Génese do Coral e a composição das Lágrimas de Amores
11 abril 2012
Em defesa da PRAXE - texto 2
Ora se há praxe (e acreditem que nas suas múltiplas formas ela existe a par com a humanidade), a Academia Coimbrã foi regulando a sua Praxe. O que é? Um pedaço de papel? Também, mas para quem a vive, contêm meia dúzia de princípios (sim, não é muito extenso), que orientam a sua prática e permitem impedir os energúmenos de a usarem para justificar distúrbios pessoais(como o caso do coiso que bate em mulheres). Também é verdade que este código ainda poderia ser mais sintético, estar melhor escrito e ser mais feliz nos seus graus de praxe (candeeiro, porra de nome!), mas no essencial, ou seja, o respeito pelo estudante de Coimbra, está lá tudo. Não é concerteza por acaso que isto acontece em Coimbra (a capital por natureza do sentido crítico, da questão e dos princípios), o dito código, o tal papel, sofreu evoluções, tal como a academia em que gira, mas manteve princípios básicos, infelizmente não acompanhados por pelas academias futricas do resto do país. É a falta, noutros lados, destes princípios que permite toda uma série de abusos, já aqui relatados, e rejeitados quer pelos anti-praxistas, quer pelos praxistas coimbrões, quer por toda a gente de bom senso. Faço apenas um parêntesis para reforçar que, se a malta se ouvir um bocadinho, vai ver que as diferenças de pensamento não são assim tantas.
Em defesa da PRAXE - texto 1
O ATAQUE À PRAXE
Sucede que, por força de um ataque fisico cobarde a duas alunas da UC, foi espoletado um violento ataque à PRAXE da Academia Coimbrã. Foi confundido um caso sério de policia, devidamente tipificado no Código Penal, com a PRAXE. É óbvio que esta, através do MCV, também deve agir sobre o individuo, o que não deve é a PRAXE em si ser ostracizada ou confundida com a alma errante que cometeu tal despeito.
Em vários fóruns tem sido debatida a questão, mas num em particular começaram a surgir posições radicais que urgia rebater. Até porque acredito que o próprio autor e muitos dos detractores da praxe que por lá polulam não tinham/têm noção das particularidades da PRAXE coimbrã.
Deixo, por isso, dois textos que publiquei no referido fórum (este decorre no facebook, ou livro das caras, deixo também o atalho de ligação no fim do do primeiro texto).
Saudações académicas e praxistas.
Victorius Mathus
07 janeiro 2012
Vinte Milénios, parabéns!!!
É uma data avassaladora. Desde então muito Mondego passou a Ponte de Santa Clara. Alguns dos que então fundaram a Tertúlia já dela saíram, outros entraram.
Os que ficaram fortaleceram os seus laços: partilhamos, nos anos loucos da Faculdade, as experiências e vivências que são hoje as nossas memórias. Estivemos nos rasganços uns dos outros. Passamos de jovens a adultos.
À medida que os cursos foram terminando, fomos rumando a novos rumos geográficos, criamos novas famílias e delas nasceram novas vidas que hoje nos absorvem. Não me refiro apenas às nossas novas vidas profissionais, mas aos já quase dez herdeiros que, entre todos, fomos gerando (para que esta frase não levante dúvidas, cada um desses herdeiros é de apenas um de nós, frutos de casamentos à antiga - leia-se heterosexuais). Mas esses novos rumos não nos fizeram perder o rumo uns dos outros. Estivemos nos casamentos uns dos outros e, passado tanto tempo depois de se ter esgotado o tempo que partilhamos em Coimbra, ainda continuamos a reunir-nos: se possível em corpo, álcool e alma, senão, via telemóvel, blogues e-mail e facebook.
Vinte milénios se passaram para nós; muitas amizades se perderam e muitas se criaram; novas tecnologias apareceram; até o português já se escreve de forma diferente da de então. Mas a fraternidade que nos une, mantém-se viva e, se tem alguma interrogação, é sobre como se irá solidificar nos próximos vinte mil anos.
PARABÉNS IRMANDADE DAS SOMBRAS!!!
10 agosto 2011
Convocatio Conselho de Águias

In nomine solenissima et semper potentisima PRAXIS, convoco os Águias da Tesoural Tertúlia Irmandade das Sombras para um Conselho de Águias, a decorrer no próximo dia XX de Agosto do ano de MMXI, nos Imperiais Paços do Reino do Convénus Mustinto, que como todos os Águias sabem, se passará a situar a partir daquela data e por tempo indeterminada na cidade da Guarda.
A ordem de trabalhos é a seguinte:
0.º - Beber um copo;
1.º - Entrega do símbolo da TTIS pelo Águia Real ao dono dos novos Imperiais Paços do Reino do Convénus Mustinto;
2.º - A TTIS no Século XXI;
3.º - Análise da possibilidade de Marcação de um Conselho de Irmãos;
4.º - Atribuição do grau de "Gordus Nauseabunts" a diversas figuras;
5.º - Oposta de alteração das regras eleitorais;
6.º - Eleições;
7.º - Planeamento das comemorações dos XX milénios da TTIS;
8.º - Decisão sobre a forma de utilização do endereço electrónico ttirmandadedassombras@gmail.com ;
9.º - Decisão sobre atribuições da "Grande comenda da ordem do litro y meyo”;
10.º - O que mais vier à cabeça até lá.
Imperiais Paços do Reino do Convénus Mustinto, Forjães,
XXVII de Julho de MMXI
Aquilae Realis
Georgius Brandalius
15 junho 2011
Histórias com gebos 2.
Mas foi tal o sucesso e havia tantas histórias para contar sobre grandes gebos que conhecemos na FEUC, que aqui vou deixar mais algumas registadas.
Havia lá na FEUC, nos anos 90 e princípio dos anos 2000, um cidadão bronzeado e de cabelo encaracolado, natural e nacional de Moçambique, que não primava pela inteligência. Ora esse amigo era de um curso onde a matemática era pouca e os trabalhos e apresentações de aulas eram muitos e estava um dia a apresentar uma aula sobre um assunto que desconheço; acontece que, nessa altura, ainda os computadores portáteis eram raros e caríssimos e ainda os cachopos não faziam birra por um telemóvel novo, mais bonito ou topo de gama, e o mesmo acontecia com os PC, que eram quase todos de secretária e não se podiam levar para as aulas, e o que de mais moderno havia na altura para fazer uma apresentação mais bonita e mostrar que havia ali muito trabalho era através da utilização de acetatos. Como este blogue perdurará pelos séculos dos séculos (mesmo não sabendo nós quantos séculos serão esses “séculos dos séculos”, pois uns dizem que o mundo está para acabar breve devido ao aquecimento global e outros falam antes de arrefecimento global), convém explicar às gerações vindouras como funcionavam os acetatos: eram umas folhas transparentes com algo escrito ou desenhado que era posto em cima de um foco de luz e que era, através de um espelho, orientado para onde quiséssemos, de maneira a que o que estava no acetato era projectado para uma parede para todos vermos aquilo e em ponto grande. Decidiu então o nosso amigo levar uns acetatozinhos para uma aula que ia apresentar e não é que uma mosca matreira decidiu, sem autorização do nosso amigo, poisar-lhe num acetato, ficado a sua sombra projectada na parede? O nosso amigo, furioso com tal ousadia por parte do insecto, em vez de se virar para o local onde a mosca estava (em cima do acetato) para a espantar, vira-se para o local onde a sua sombra era projectada (a parede) e, agitando os braços para a espantar, exclamou, provocando o riso de todos os seus colegas: “Xô mosca! Xô mosca! Mosca má!”.
De outra vez, este nosso amigo foi encarregue de escolher um artigo de jornal para uma cadeira de Sociedade Portuguesa Contemporânea e apresentar esse artigo na aula. Ora o nosso amigo pegou num artigo qualquer sobre as crianças de Moçambique e foi apresentá-lo; a professora quando o começou a ouvir, interrompeu-o:
- Ó R. mas esse artigo não é sobre a sociedade portuguesa…
Ele, vendo que tinha metido o pé na argola, começou:
- Sabe, professora, eu li este artigo e o artigo era tão lindo…
- Mas ó R. pode ser lindo, mas não é sobre o assunto que estamos a estudar, que é a sociedade portuguesa contemporânea!
- Pois é, professora, mas o título era tão belo, que eu achei que se me tinha conquistado a mim, também ia conquistar a professora…
Mais uma risada na aula e não sei o desfecho desta história.
Numa outra aula, discorria o Boaventura sobre um assunto qualquer que não nos diz respeito, quando fala que se atribuía a certas raças, certas características e que, por exemplo, aos pretos era atribuído um sexo maior do que o das outras raças. O R., que estava ao lado de uma moça branca que o encantava, vira-se para ela e diz-lhe:
- Estás a ver, M., ainda mais um negro assim alto que nem eu!...
Outro dos grandes gebos da FEUC era um companheiro proveniente dos arredores de Coimbra e que era grande apoiante do Partido Socialista. Esse indivíduo tinha uma voz um bocado grossa e assemelhava-se àquelas vozes distorcidas na televisão, quando quem está a falar para as câmaras não quer que o reconheçam. Falava então com a sua voz grossa e lenta e gostava de falar principalmente para com aquela população com quem tinha menos hipóteses: a população feminina!
Era normal vê-lo no bar da faculdade a chegar a mesas onde havia raparigas que não conhecia de lado nenhum e dizer com a sua voz de monstro das cavernas, lenta e arrastada:
- Olá! Eu sou o H.! Posso-me sentar?
As raparigas, por delicadeza ou por atrapalhação (ou até por medo, pois ninguém sabia se ele era perigoso ou não, pois nunca ninguém falou com o médico dele), diziam-lhe que sim e ele lá se sentava, ficando ali calado a olhar para elas até que elas lá se decidiam ir embora.
Noutra ocasião, consta que entrou na biblioteca da FEUC, que estava cheia, pois seria época de exames, chegou-se ao pé de uma moça que não conhecia e ficou especado em pé, ao lado dela, a olhar para ela e para o que ela estava a fazer; como ela olhasse para ele, para ver o que é que ele queria, ele disse:
- Hummm… Olá! Estás a estudar matemática 2?
- Estou… - respondeu ela, sem saber se ele era maluquinho ou outra coisa pior.
Silêncio…
-Hummm… Eu sou o H..